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Trechos:

(...) os Inventários Participativos etapa metodológica do Programa Pontos de Memória, pretende construir uma relação de conhecimentos e mapeamento das trajetórias sociais, culturais com a intenção de apresentar panoramas acerca da identidade coletiva dos grupos, a fim de que possam ser utilizadas a serviço de suas lutas e resistências visando, a partir de suas necessidades, romper as barreiras nostálgicas e estabelecer novas formas de relacionamento com a memória. Este é um grande desafio e nos permite perceber a ênfase do Programa ao processo educacional que é gerado a partir da construção de instrumentos que contribuem com o reconhecimento dos saberes e fazeres locais acumulados.

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O processo de desenvolvimento do Inventário das comunidades reflete de forma significativa a dimensão pedagógica do Programa e como esta dimensão implica no processo de formação das lideranças locais, contribuindo com o fortalecimento do grupo a partir da ampliação dos conhecimentos acerca do bairro, suas histórias, contexto e expressões culturais.

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As ações escolhidas pelo MUF para serem empreendidas com vistas a sistematizar o acervo por meio do Inventário, foram as seguintes: Os temas levantados no Inventário de Memórias da Cultura Local; Como será o Livro-Guia do Circuito das Casas Telas do Museu de Favela; A Estimativa de Preços para Publicação do Livro; A nova programação de Oficinas do Ponto de Memória Museu de Favela; Conversas Giratórias com As Mulheres Guerreiras; Bazar Permanente de Memórias; Planejamento da Exposição do Produto de Difusão: ou o Lançamento de Um Livro176. Tal escolha permite aferir que as ações já desenvolvidas pelo Museu foram incluídas como estratégia para o recolhimento dos depoimentos de memória, respeitando as dinâmicas já estabelecidas pelo o cotidiano do morro. 

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Em modos de inventário, realiza atividades voltadas para Entrevistas orais no território museal; Pesquisas documentais e de campo; Oficinas Culturais; Ciclo de Conversas Giratórias do MUF e Feiras de trocas (produtos x memórias). Já em formas de revelação de Inventário, observa com bastante perspicácia a intenção do Programa Pontos de Memória, e talvez por ser uma experiência que tem um nível de conhecimento maior sobre si mesma, com trajetória mais definida, reconhece que a produção dos conteúdos devem ser devolvidos a comunidade em forma de ação para que sejam reconhecidos e postos em circulação e movimento, gerando mesmo mais conteúdo. Importante destacar que ao promover estas ações o Museu se relaciona com o seu público e proporciona a estes uma oportunidade de aprendizado que pode contribuir com uma oportunidade de ressignificação de sentidos a partir da experiência de olhar para seu território a partir de outras práticas e experiências. Assim, o MUF decide devolver as informações da seguinte forma: Obras de Arte e Performances Culturais no Circuito das Casas Telas177 (roteiro piloto de visitação); Atividades nas Bases Operacionais do MUF, em especial as Oficinas Culturais e Exposições Itinerantes. Mais uma vez o Museu se apresenta de forma a contemplar as ações em desenvolvimento, potencializando ainda mais a sua capacidade e alcance.

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O Ponto de Memória do Taquaril, também optou por atividades diversificadas para atrair a comunidade realizando, por exemplo, o evento “Varal de Memórias”, entrevistas, pesquisas em arquivos e um festival de música para selecionar e premiar a melhor canção sobre o bairro, ficando em primeiro lugar o tema “Meu Brasil Taquaril”. (CAVALCANTI, 2012). As fichas são elementos comuns na constituição dos inventários e possibilitam agrupamento das informações importantes para a consolidação dos acervos e sua organização. Vários são os instrumentos oriundos de metodologias diferenciadas que propõem a utilização de fichas.

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