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A ecologia é o que une a todos os viventes humanos e não humanos – somos uma grande rede social viva e global. No entanto, enchentes, secas e pandemias, fenômenos agravados no Antropoceno, são desdobramentos de uma relação conturbada entre aqueles que compartilham o planeta, resultado de regimes políticos predominantemente predatórios e de uma ocupação conflitante do território.

 

Estamos em Belo Horizonte, cidade cujo princípio de ocupação territorial foi pensado a partir do traçado das vias e do parcelamento da terra, e onde córregos foram tamponados e violentados ao longo da história, sendo poucas as águas – nascentes, córregos e ribeirões – que restam a céu aberto e que são vividas como espaço social e ecológico.

 

Microcosmo dessa violência, a bacia hidrográfica do Cercadinho localizada na região oeste da cidade possui dois córregos principais – Cercadinho e Ponte Queimada –, que, mesmo que ainda permaneçam em seu leito natural em alguns trechos, são desconsiderados e maltratados. Entretanto, teríamos aí uma possibilidade de pensar e fazer o território habitado a partir de outro princípio? Podemos inverter a lógica de ocupação do território e partir da bacia hidrográfica, ou mesmo, partir do aquífero? Que transformações ocorreriam no território se mudássemos nosso ponto de partida?

 

Criamos a 1ª MOSTRA CORREGOS VIVOS para ser esse laboratório de investigação, experimentação, debate e proposição, na região da Bacia do Cercadinho, produzindo propostas que friccionem o imaginário, articulando espaços e populações. 

 

Seis grupos de trabalho serão formados a partir de temáticas que relacionam as águas com o contexto vivo: histórias locais, nascentes e matas, jardins viventes, morar na bacia, economia dos afetos e pinturas de territórios. As propostas serão desenvolvidas durante o isolamento social e tornadas públicas nesta plataforma virtual.  A 1ª Mostra Córregos Vivos constará das proposições, debates, seminário, catálogo e materiais pedagógicos.

Esta é uma realização do Terra Comum, grupo de pesquisa em arte e arquitetura.

 

Equipe curatorial

Louise Ganz

Ana Paula Baltazar

Frederico Canuto

 

Produção, identidade visual e design

Isabela Izidoro

 

Produção de imagens

Louise Ganz

Gestão cultural

Regina Ganz

 

Consultoria em tecnologia sensível

Alexandre Campos

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